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Doe órgãos, converse com sua família

      “A Vida Continua. Doe Órgãos. Converse com sua família”. Esse foi o slogan da campanha nacional de incentivo à doação de órgãos, lançada no dia 27 de setembro de 2019, por meio do Ministério da Saúde. O propósito da ação é aumentar o número de transplantes e sensibilizar as famílias sobre a importância da doação e captação de órgãos. 

 

      Em entrevista à Agência Brasil, o ministro da saúde interino, o médico João Gabbardo, explica que é um equívoco as famílias pensarem que serão interrompidos os procedimentos médicos para salvar a vida do indivíduo - “Isso não acontece. Quando há o diagnóstico de morte encefálica, não há a menor possibilidade de que essa pessoa possa continuar vivendo”, disse. 

     

      Nesse cenário, a negativa familiar é uma das principais causas para que um órgão não seja doado no país. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), no ano passado, 2018, 43% das famílias recusaram a doação de órgãos de seus parentes posteriormente a morte encefálica ser comprovada. Por outro lado, o Ministério da Saúde aponta que o Brasil é referência mundial em transplantes de órgãos e possui o maior sistema público de transplantes no planeta, com 96% dos procedimentos financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, também, o país é o segundo maior transplantador do mundo, atrás dos Estados Unidos.

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      Uma das possíveis causas da negativa familiar em relação à doação de órgãos, é a falta de preparo dos profissionais, salienta o coordenador do núcleo de captação do Hospital Israelita Albert Einstein, José Eduardo Afonso Junior, em entrevista ao Estadão. Dessa forma, José Eduardo relata que investimentos de classificação, por parte dos profissionais em pós graduações em captação de órgãos, é uma alternativa para amenizar o problema. Durante as aulas, os médicos participam de todo o processo, desde o diagnóstico até conversas em família, além receberem orientações sobre o armazenamento de órgãos.

Opiniões sobre a doação de órgãos
As últimas

      “A gente só dá valor para algo quando passa pela situação”, comenta a matemática, Ana Cláudia Menezes (48), sobre a doação de órgãos. Ela faz uma analogia do ato com a doação de sangue. É o mesma contexto, a gente nunca dá importância a uma doação”. Ana Cláudia já conversou com parentes e amigos sobre o assunto e deseja ser uma doadora de órgãosVocê perde um parente ou sua própria vida num instante, sendo que uma pessoa pode continuar vivendo, se beneficiando de algo que eu posso oferecer, enfatiza. 

 

    A acadêmica de direito, Joana Machado (18), dá sua opinião a respeito da conscientização. “Se as pessoas se conscientizassem sobre a doação de órgãos, e houvessem mais pesquisas e divulgação sobre o tema, talvez amenizasse o tráfico de órgãos”. Joana revela que pensa em ser uma doadora, porque o ato poderá salvar a vida de alguém. Da mesma forma, o aluno do curso de educação física, Cesar Pandolfo (23), diz que tem a pretensão de ser um doador, porém não conversou com sua família sobre sua vontade. 

 

      “Tenho o desejo de doar meus órgãos, eu acredito que se forem aproveitados em outras pessoas, irei morrer com o meu papel cumprido”, assegura a aluna de arquitetura e urbanismo, Ana Cláudia dos Santos (19). Entretanto, seus pais pais não concordam com a ideia de ser uma doadora. “Eu não entendo o porquê deles não aceitarem”. Segundo Ana Cláudia, ela entende o ponto de vista de seus pais, porque são de “uma geração diferente da sua”. 

 

        No caso do acadêmico de administração, Andrei de Nardi (21), a escolha de ser um potencial doador de órgãos deve ser da própria pessoa, sem necessitar da autorização dos familiares. Andrei informa que “tem vontade de ser um doador”, contudo até o momento não comentou com sua família sobre o tema. 

Do mesmo modo, o aposentado Gilmar Basso (52), revela que nunca discutiu com seus familiares a respeito da doação de órgãos, mas já ouvi falar sobre o tema na televisão. “Às vezes penso em ser doador, outras não”. Ele completa que apesar da indecisão, acha importante a atitude. “Enquanto mais doações, melhor!”, salienta. 

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